A MENDIGA
Sentada na calçada.
Olhando para o nada
Lembro-me da vida passada
Uma vez há muito tempo,
Eu fui bela, rica e abastada
Eu que um dia tive um lar
Hoje eu moro na rua
Sou uma desabrigada.
Sem amor, nem casa e nua
E não tenho para onde voltar
Eu que já fui um dia amada
Mas virei coisa.
meio viva meio morta
Sou violentada.
Cometi alguns erros
e fui condenada.
A minha vida que era colorida e quente
Agora é cinza, dura
e gelada
E nem sequer, me consideram gente
Morei uma vez numa mansão
Durmo agora em papelão
E eu que tinha tudo à mão.
Estou aqui neste chão
Esmolando todos os dias
por um pedaço de pão
Quando lembro que fui uma vez
Pergunto-me por qualquer razão
Qual das duas eu sou?
Se fui mesmo querida
Porque não fui absolvida
Não obtive o perdão?
Se um dia realmente fui amada,
Porque moro aqui
na calçada?
E de tudo que nessa distante vida se passou,
Só uma vaga lembrança ficou.
Mas lembro-me que era tudo meu,
Porque hoje não tenho mais nada?
Um dia fui muito linda
Fui feliz e fui amada
Hoje sou triste,
Sou feia e ignorada...
Hoje sou uma drogada.
Guerreira Xue/Hilda Milk
Imagem Net
Olhando para o nada
Uma vez há muito tempo,
Eu fui bela, rica e abastada
Eu que um dia tive um lar
Hoje eu moro na rua
Sou uma desabrigada.
Sem amor, nem casa e nua
E não tenho para onde voltar
Eu que já fui um dia amada
Mas virei coisa.
meio viva meio morta
Sou violentada.
Cometi alguns erros
e fui condenada.
A minha vida que era colorida e quente
Agora é cinza, dura
e gelada
E nem sequer, me consideram gente
Morei uma vez numa mansão
Durmo agora em papelão
E eu que tinha tudo à mão.
Estou aqui neste chão
Esmolando todos os dias
por um pedaço de pão
Quando lembro que fui uma vez
Pergunto-me por qualquer razão
Qual das duas eu sou?
Se fui mesmo querida
Porque não fui absolvida
Não obtive o perdão?
Se um dia realmente fui amada,
Porque moro aqui
na calçada?
E de tudo que nessa distante vida se passou,
Só uma vaga lembrança ficou.
Mas lembro-me que era tudo meu,
Porque hoje não tenho mais nada?
Um dia fui muito linda
Fui feliz e fui amada
Hoje sou triste,
Sou feia e ignorada...
Hoje sou uma drogada.
Guerreira Xue/Hilda Milk
Imagem Net
Que pena termos que escrever acerca destes temas, amiguinha!
ResponderExcluirEsta porca de sociedade, é determinante na quantidade de factos iguais ao que narras no teu belíssimo poema.
Porque suponho que o permites, deixo-te um dos meus poemas que fiz em tempos, e que julgo poder ser enquadrado, no que agora nos deste a conhecer.
Assim:
"POBRE PUTA, VELHA PUTA"
Fora bela a pobre puta,
e também centro d'evento,
hoje, cantinho disputa,
p'ra sua enxerga ao relento.
Outrora vinda da Beira,
com mão cheia d'ambições,
e porque ingénua, a brejeira,
era um brotar d'ilusões.
Chegada à terra do sonho,
Lisboa, a chula, sorriu,
matreira, olhar risonho,
a prendeu e seduziu.
E fez dela manequim,
e corista de revista,
dotando-a de camarim,
como se fora uma artista.
Por adules induzida,
finas formas de cortejos,
foi p'la chula pervertida,
alimentou seus desejos.
Muitos anos decorridos,
findo o filão p'rá chulice,
mergulhou em desvalidos,
pagou preço da velhice.
Pobre puta, velha puta...
Mil abraços e o meu obrigado pelo belo poemo que me deixaste.
Ola escritores, gostei muito dos dois poemas, gostaria de pedir autorização para posta-los no meu blog. Vou deixar o link para vcs darem uma olhada nas postagens e ver que é um blog de respeito, rs, e se autorizarem ficarei mto contente em compartilhar esses dois encantadores textos. Bjs!
ResponderExcluirhttp://chegadecalar.blogspot.ch/
Vi seu blog hoje Mariana e também gostei. Tens minha permissão para partilha-lo sim querida e obrigada por nos prestigiar. :-)
ExcluirClaro que pode Mariana.
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