O MESTRE

Os recursos naturais esgotaram-se, não há comida suficiente para todos, o ar está irrespirável e justamente por causa disso as crianças não nascem e as que nascem morrem a seguir.
O destino da terra é o perecer, com toda a espécie que nela habita.
Os viajantes do tempo estão retornando, e têm a missão de resgatar os habitantes terráqueos, para que a espécie não seja completamente extinta.
Na grande cúpula o mestre conselheiro aguarda a chegada dos demais integrantes... A cúpula compõe-se de representantes de várias galáxias.
— Mas há excesso de população— Dizia o líder — Não poderemos levar todos.
—Não vamos levar todos? — Pergunta a moça cinza. — Claro que não, olhe para eles! Inferiores, primatas que se reproduzem sem restrição. Parasitas irresponsáveis que destruíram o próprio lar. Por mim nem mereciam outra chance.
A moça fica pensativa, lembrando de sua própria espécie extinta
— Quanto tempo acha que levaremos para descobrir outro planeta que tenha as condições climáticas deste? Até lá ainda teremos que ficar convivendo com estes animais. Penso que o conselho levara somente um par da espécie, como fizeram anteriormente.
— Podemos ensiná-los outra vez mestre. Os que ficarem, morrerão todos.
E o mestre responde:
— Talvez morram mesmo, mas não podemos levar todos.
Seus líderes já foram comunicados de nossa volta, e que vamos levá-los para um outro mundo. Disse-lhes que não seriam todos, pois há o período de adaptação. E até ver como se saem e se der certo, iremos buscar os que sobrarem na terra.
Rugera, a moça cinza, fora resgatada num planeta verde que devido a um forte impacto, com um asteroide de considerável tamanho a deriva, caiu na rota de um buraco negro, quando os viajantes a encontraram, ainda menina, estava sozinha e surpreendente viva, pois todos os seus iguais haviam morrido e como se tratava de única sobrevivente, ela ficou com os mestres com quem aprendeu e ensinou, quase tudo.
—Tem que haver um jeito, deles terem uma chance maior de sobrevivência mestre.
— E tem. Não garanto a sobrevivência de todos, mas as chances de sobrevida deles aumentariam com o "velho". O fato de ser um deles, e ter vivido conosco qualifica-o, tenho certeza de que vai saber como ajudar seus iguais. Ele ainda não sabe de nada, pois está em missão noutra galáxia.
Vou propor isso na próxima reunião do conselho geral. Temos que resolver esta questão dos terráqueos. Isso e um constrangimento, pois não lembro em toda a minha existência, de termos que decidir o destino de um mundo onde seus próprios habitantes o destruíram.
Rugera conheceu o velho na sua primeira expedição de salvamento e depois disso nunca mais o vira. As vezes pensava que aquele resgate tinha sido um sonho, não fosse pela leve cicatriz que carregava na mão direita.
— O senhor vai mandá-lo sozinho? O que ele sozinho poderá fazer? E mesmo que sejam seus iguais, ninguém o conhece. Ele não tem valor para a sua gente. Afinal quantos anos terrestres ele tem? — Pergunta Rugera curiosa.
O mestre do universo reflete por uns momentos e conclui:
— Você tem razão. Ele sozinho não vai adiantar. Preciso pensar, afinal serei eu a defender estes inferiores perante o conselho.
— Penso que o senhor saberá ser justo dando-lhes uma oportunidade, já que ainda são inferiores e que só precisam aprender mais um pouco. — E pede licença e se retira.
Ela se lembrava bem do velho, uma vez ambos se perderam num planeta gelado em busca de um sobrevivente, se tratava de um coelho especialista em construção, e ela só não morreu porque ele a salvou. Se é da espécie dele que se trata, ela achava que mereciam, pelo menos uma outra chance.

Em breve os mestres chegarão e o conselho se reunirá para discutir assuntos importantes, como o destino dos planetas que estão em situação limite, e entre eles a vida dos habitantes da terra.
"Se o mestre abordar a defesa da justiça, não vai sobrar nenhum daquela raça. Espero que se atente a importância de não extinguir a espécie, e tomara que o povo do velho tenha mais uma oportunidade".
Guerreira Xue


Imagem Net

Comentários

  1. Olha , fico com a sua esperança da última frase: TOMARA!

    Um abração carioca,Guerreira Xue.

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  2. Ufa! Espero que continue... Tomara!
    Amei amiga.
    Bjusss

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