Aurora
A liberdade do crepúsculo tremula.
Escuto o alarido dos pássaros do Sertão.
Debruço-me no ninho do Cosmo.
Minhas mãos trabalham no vazio.
Minhas mãos trabalham na imensidão.
Longa batalha em busca da beleza.
Da boca dos pássaros, os violões do Sol.
Rezo benditos e grito os nomes da Terra.
Contemplo a mansidão do silêncio que voa.
As minhas sandálias são feitas de aurora.
De meus dedos esplendem labirintos.
Meu caminho é o strip-tease da solidão.
José Inácio Vieira de Melo
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