AS MULHERES NAS CIENCIAS



  Você já teve a curiosidade de saber porque as mulheres são tão inexpressivas nas disciplinas de ciências e história? Seriam as mulheres do passados tão insignificantes ao ponto de serem ignoradas? Pois acomode-se, porque vou trazer algumas personagens femininas para o seu e o meu deleite.

Antiguidade

A atuação feminina na medicina foi registrada em diversas civilizações antigas. O registro mais antigo de uma mulher cientista na história da ciência é o de Merit Ptah (2.700 a.C.), no Antigo Egito, a qual era considerada "médica chefe", muito antes da conhecida Peseshet. Outras médicas conhecidas são Agamede, citada por Homero como uma curandeira na Grécia Antiga antes da Guerra de Troia (1194–1184 a.C.), e Agnodice, a primeira mulher médica a exercer legalmente essa profissão em Atenas no século IV a.C

Ainda na Grécia Antiga

 Aglaonice, filósofa e astrônoma, previa eclipses lunares. Teano, pupila e esposa de Pitágoras da escola de Crotona, na qual estudavam muitas outras mulheres, foi matemática, física, astrônoma, filósofa, médica e psicóloga. Dentre seus trabalhos mais importantes estão o Teorema do Retângulo de Ouro, o Teorema da Proporção Áurea, a Teoria dos Números, a Construção do Universo, Cosmologia e a Vida de Pitágoras (obra perdida) Temistocleia, filósofa, matemática e alta profetisa de Delfos, foi mestra de Pitágoras e o introduziu aos princípios da ética.

Há muitos registros de mulheres na alquimia, muitas das quais viveram em Alexandria por volta do século I ou II d.C., onde a tradição gnóstica valorizava as mulheres. A mais conhecida, Maria, a Judia, foi a inventora de vários equipamentos para uso na química, incluindo o banho-maria (em homenagem à Maria) e um tipo de alambique ou aparelho de destilação simples. Tais equipamentos de destilação foram chamados de kerotakis (simples) e tribikos (complexo).

Hipátia de Alexandria (370-415) - filha de Teão de Alexandria, acadêmico e diretor da Biblioteca de Alexandria- foi uma professora reconhecida de astronomia, filosofia e matemática na Escola Neoplatônica. Ela é conhecida como a primeira mulher matemática na história por causa de suas grandes contribuições para essa ciência. Credita-se a Hipátia à escrita de três importantes tratados sobre geometria, álgebra, astronomia, bem como a invenção de um hidrômetro, de um astrolábio e um instrumento para destilar água.  Há evidências de que Hipátia deu palestras públicas e pode ter exercido algum tipo de cargo público em Alexandria. No entanto, sua vida frutífera foi interrompida prematuramente no ano de 415 por cristãos fanáticos conhecidos como Parabalani, que a desnudaram, desmembraram-na e queimaram todas as partes do seu corpo. Diz-se que seu assassinato teve motivação político-religiosa. Alguns estudiosos mencionam que sua morte marcou o fim da participação ativa feminina na ciência por muitas centenas de anos.

Idade Média

O período medieval foi marcado por uma caça ás bruxas, o que afetou drasticamente  a produção de intelectuais... E mesmo assim, os árabes e os cristãos mantiveram a ciência viva ao escrever trabalhos eruditos originais e ao copiar os manuscritos do período clássico.

Numa época de ascensão do cristianismo foi lento crescimento do ocidente nas ciências. 

As abadessas contribuíram substancialmente para a pesquisa científica. Um exemplo é Hildegard de Bingen (1098-1179), uma famosa filósofa e botânica, conhecida por seus prolíficos escritos em diversas áreas como medicina, botânica e história natural (1151-1158). Algumas de suas obras conhecidas são o Livro dos Méritos da Vida, o Livro dos Trabalhos Divinos e Medicina. Hildegard é também conhecida como exímia compositora, além de ter cunhado muito das ideias de gravitação universal, séculos antes de Newton.

 Outra famosa abadessa alemã foi Hroswitha de Gandersheim (935-1000), a qual também encorajava as mulheres a serem intelectuais. No entanto, o crescimento do número e do poder das freiras não foi bem visto pela hierarquia clerical patriarcal e, assim, houve uma reação contra o avanço das mulheres. Tal reação impactou muitas ordens religiosas, que fecharam suas portas para as mulheres, excluindo-as da oportunidade de aprender a ler e escrever. Com isso, o mundo da ciência fechou mais uma vez suas portas para as mulheres.


No início do século XI, surgiram as primeiras universidades. As mulheres foram, na maior parte, excluídas da educação universitária.  No entanto, houve algumas exceções. A Universidade italiana de Bolonha, por exemplo, permitiu que mulheres participassem de palestras desde seu início, em 1088. Na Itália, a atitude em relação à educação das mulheres na área da medicina parece ter sido mais liberal do que em outros lugares. A médica Trotula di Ruggiero supostamente ocupou uma cadeira na Faculdade de Medicina de Salerno, onde ministrou aulas a muitas mulheres da nobreza italiana, um seleto grupo por vezes referido como "as senhoras de Salerno". Inúmeros textos influentes sobre medicina da mulher, sobre obstetrícia e ginecologia, entre outros tópicos, também são creditados a Trotula.

Dorotea Bucca, outra distinta médica italiana, ocupou uma cadeira em medicina por mais de 40 anos desde 1390. Outras italianas, cujas contribuições em medicina foram gravadas na história, incluem Abella, Jacobina Félicie, Alessandra Giliani, Rebecca de Guarna, Margarita, Mercuriade (século XIV), Constance Calenda, Calrice di Durisio (século XV), Constanza, Maria Incarnata e Thomasia de Mattio.

Apesar do sucesso de algumas mulheres, os preconceitos culturais contra sua educação e participação na ciência foram proeminentes na Idade Média. Por exemplo, São Tomás de Aquino, um erudito cristão, escreveu, referindo-se às mulheres: "Ela é mentalmente incapaz de manter uma posição de autoridade."

Idade Moderna

Margaret Cavendish, aristocrata do século XVII, participou de alguns dos mais importantes debates científicos da época. No entanto, ela não foi incorporada à Royal Society Inglesa, embora tenha sido autorizada a participar de uma reunião. Margaret escreveu vários trabalhos científicos, incluindo Observações sobre a Filosofia Experimental (1666) e Fundamentos da Filosofia Natural. Nesses trabalhos ela criticava a crença crescente de que os seres humanos, através da ciência, eram os mestres da natureza. O trabalho de 1666 tentou atrair o interesse feminino pela ciência. Essa obra forneceu uma crítica à ciência experimental de Bacon e também taxou microscópios de máquinas imperfeitas.

Na Alemanha, a tradição da participação feminina na produção artesanal permitiu que algumas mulheres fizessem parte da ciência observacional, especialmente astronomia. Entre 1650 e 1710, as mulheres totalizavam 14% dos astrónomos alemães. A astrônoma mais famosa na Alemanha, Maria Winkelmann, recebeu os primeiros ensinamentos científicos do pai e do tio e, mais tarde, recebeu treinamento em astronomia de um auto-didata conhecido da família. Sua oportunidade de se tornar uma astrônoma praticante surgiu ao se casar com Gottfried Kirch, o astrônomo mais importante da Prússia. Ela se tornou sua assistente no observatório astronômico operado em Berlim pela Academia de Ciências. Ela deu contribuições originais, incluindo a descoberta de um cometa. Quando seu marido morreu, Winkelmann concorreu a uma vaga de astrônoma assistente na Academia de Berlim - para a qual ela tinha experiência. Por ser mulher - e sem diploma universitário - ela não foi admitida ao posto. Membros da Academia de Berlim temiam que eles iriam dar um mau exemplo ao contratar uma mulher.

Os problemas de Winkelmann com a Academia de Berlim são o reflexo dos obstáculos que as mulheres enfrentavam para serem aceitas no campo de trabalho científico, considerado à época um nicho exclusivo dos homens. Nenhuma mulher foi convidada para a Royal Society de Londres nem para a Academia Francesa de Ciências antes do século XX. A maioria das pessoas no século XVII considerava que uma vida dedicada a qualquer tipo de erudição estava em desacordo com os deveres domésticos de uma mulher.

 

Um dos fundadores da botânica moderna e da zoologia, a alemã Maria Sibylla Merian (1647-1717), passou sua vida investigando a natureza. Aos treze anos de idade, Sibylla começou a criar lagartas e a estudar sua metamorfose em borboletas. Ela possuía um "Livro de Estudo" em que registrava suas pesquisas sobre a filosofia natural. Em sua primeira publicação, O Novo Livro das Flores, ela usou imagens para catalogar as vidas de plantas e insetos. Após a morte de seu marido, e seu breve período vivido em Siewert, Sibylla e sua filha viajaram para Paramaribo durante dois anos para observar insetos, pássaros, répteis e anfíbios.  Ela então retornou a Amsterdã e publicou A metamorfose dos Insetos do Suriname, obra que "revelou aos europeus pela primeira vez a diversidade surpreendente da floresta tropical." Ela foi uma botânica e entomóloga conhecida por suas Ilustrações de plantas e insetos. Pouco comum para a época, ela viajou para a América do Sul, onde, com a ajuda das filhas, ilustrou a vida vegetal e animal dessa região.


Em 1741, o rei da Prússia Frederico II permitiu a Dorothea Erxleben (1715-1762) estudar medicina na Universidade de Halle. Ela foi a primeira mulher alemã a receber um doutorado (1754). Em 1742, Dorothea publicou um tratado em que argumentava que as mulheres deveriam ser autorizadas a frequentar universidades. Também em 1741, Charlotta Frölich, a primeira mulher historiadora da Suécia, tornou-se a primeira mulher a ter publicações na Academia Real de Ciências Sueca. Por sua vez, em 1748, Eva Ekeblad tornou-se a primeira mulher empossada na mesma academia de ciências.

A italiana Maria Gaetana Agnesi foi a primeira mulher a escrever um manual de matemática e a primeira mulher nomeada como professora de matemática em uma universidade (embora nunca tenha ensinado). Em 1748, Maria escreveu um texto amplamente utilizado sobre análise finita e infinitesimal.

Émilie du Châtelet, amiga íntima de Voltaire e física de primeira classe por direito próprio, foi a primeira cientista a apreciar a importância da energia cinética, em oposição ao momento linear. Ela repetiu e descreveu a importância de um experimento originalmente concebido por Willem Gravesande mostrando que o impacto da queda de objetos é proporcional não à sua velocidade, mas à velocidade ao quadrado. Acredita-se que essa compreensão foi de profunda contribuição à mecânica newtoniana.

Quanto mais você precisa para compreender que mulher tem tanta ou mais capacidade que homem?  Alguns desses homens filósofos e cientistas mais importantes do passado “beberam de suas fontes”  para depois ignorá-las.

Tem muito mais para saber... Deixo abaixo o link para descobrirem  muito mais sobre GRANDES  MULHERES.



   

Imagem  Hypatia
Mulheres na ciência – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Comentários

Postagens mais visitadas