NOSSO NATAL
Chega o fim do ano e o que mais se ouve é: Natal é um tempo de hipocrisia, é uma especulação comercial. Sim claro! Eu escuto e compreendo.
Sabe de uma coisa? Sou da geração que foi criada em lares religiosos e isso para “gente pobre” não se remetia a comércio ou propriamente a igreja. Lembro muito bem de minha avó preparando, desde uma boa faxina na casa até planejar as sobremesas que faria. Era tudo muito simples e sem esse grande apelo de agora.
Nós, os netos, colhíamos no mato próximo da vila onde morávamos um pedaço de mato seco que parecesse uma árvore, pintávamos de prateado ou dourado. Os enfeites eram pequenas caixas de fósforos e bolas de papel embrulhado com folhas de celofane coloridas. A gente inventava muita coisa, colocava chumaços de algodão imitando neve. Meu tio trabalhou em uma fabrica de vidros então, tínhamos algumas imagens de vidro para um pequeno presépio.
Os olhos dela, da avó, brilhavam de orgulho, pois conseguia reunir a família toda para à ceia. Não pense que não havia as brigas ou desavenças, mas nesta noite essas ficavam do lado de fora.
Hoje, na terra onde supostamente nasceu o Jesus não haverá natal. Estão em guerra e os bombardeios não cessam. Isso é muito triste!
Entendo que o perdão e a solidariedade começam na família, porque aqueles que matam e os que morrem nestes conflitos, saíram de uma casa, e essa pode ser de todo jeito. Pode ser uma família de amigos, de gêneros, transgêneros, pode ser de variadas etnias, religiões e sem, de direita ou esquerda.
O natal é comércio? É! O natal é hipocrisia? É! Então, cada um que invente o seu natal, pois tenho pena de quem não consegue reunir família neste dia.
Lembre-se que somos todos um, e a ciência já comprova isso!
Eu nem sou religiosa, mas, não abro mão desse evento por nada, só por lembrar de vovó.
Tenha um natal do seu jeito! Grande abraço e boas festas.
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