TALVEZ...
Há dias que por falta de lágrimas ou apesar delas, para chorar as tristezas, nos colocamos a disposição da alegria disparatada. Não uma alegria de grandes causas ou recompensas valorosas, mas uma coisa que flui daqui, de dentro do peito mandando sinais para o cérebro e vai espalhando pelo corpo todo.
Ai como parecemos idiotas e débeis as vezes!
Simplesmente assim e sem razão alguma, Giovana estava sorrindo meio abobalhada para a salada de pepino.
O filho Renato não teve dúvida: -Me conte a piada que eu também quero rir, mamãe.
A mulher contempla o filho ainda sorrindo e retruca.
-Não sei piada alguma filho, pareço uma retardada hoje, já tentei e realmente não consigo parar de rir. Deve ser daqueles descontroles emocionais...
Ambos riram-se juntos agora. -E parece contagioso isso. Disse Renato bem humorado também.
-Sabe filho que acordei assim hoje. Dormi bem e dormi pesado pois nem sei se sonhei. O fato é que amanheci com uma alegria quase infantil, com a alma leve, como se as minhas culpas tivessem ido todas embora, para nunca mais voltar.
Renato fica sério repentinamente. -Que culpas mãe?
-Ai filho, as culpas que todos sempre carregam, como se fosse bagagem obrigatória.
Renato era casado já tinha cinco anos e morava noutro bairro, e toda a quinta feira vinha religiosamente almoçar com a mãe. Era o mínimo que fazia, por quem tinha lhe dado tanto na vida.
- Não sou juiz de ninguém, mas acho que as culpas são impingida pelo próprio "culpado", na maioria das vezes.
Voce faz tanta coisa boa nesta vida, conquistou muitos amigos, cultiva suas flores. e ainda cuida das crianças da associação e eu só digo uma coisa. Tenho um imenso orgulho de minha mãe!
-Ai ai aiii...Quer que eu chore agora é? Risos
-Não mamãe, só salientei que para fazer melhor na vida, voce precisava ser duas, aquilo que voce não pode ser, não é mesmo?
-Obrigada pelo seu carinho meu filho. Eu sou mesmo uma sortuda e se acaso um dia eu for julgada, já sei que advogado chamar.
Despediram-se neste clima de agradável, pois Renato tinha ainda trabalho pela frente.
Uma pontinha de preocupação apertou seu peito o resto da tarde.
A mãe sempre fora assim, de bem com a vida. Muita ocupações a distraiam agora, mas até bem pouco tempo, o seu projeto de vida era ele, seu filho.
Agora ele estava casado e ela ficou sozinha. Isso parecia um tanto injusto, vendo por este prisma.
Depois que ela despachou o marido, um idiota que batia nela, nunca mais teve outro homem para fazer-lhe companhia. Coitada!
Renato relembra os colegas da escola que diziam ter raiva dos padastros, que as mãe só arrumavam tretas e que além de uns porcos ainda disputavam o afeto com os filhos como se isso fosse lhes trazer vantagens. Alguns de seus amigos iam mesmo para na casa das vovós por conta disso, infelizmente.
A mãe dele ficou só a vida toda... Tinha uma preocupação em trazer qualquer um para casa.
Renato cresceu sem a figura paterna dentro de casa, porém tinha exemplo do avô materno e do tio Laércio irmão do pai dele que ao contrário do pai, eram ambos homens de muita qualidade e estavam sempre presentes na vida familiar.
Depois do filho despedir-se, Giovana arrumou a cozinha e foi para a rua, tinha que buscar ração para o cãozinho perneta. Dera-lhe o nome de perneta pois era justamente o que ele era...
Interessante que quando estamos bem, tudo tem uma história muito especial e os acontecimentos que seguem fazem todo o sentido.
Hoje Giovana estava estranhamente fora de si...Parecia compreender a tudo e a todos.
Ao atravessar a rua ela passa por uma velha senhora que ao percebe-la diz:
-Me ajude por favor, não estou me aguentando.
- Que foi senhora, não se sente bem?
- Ahhhh..Muita falta de ar... ela arquejou, se agarrando em Giovana
Sem entender direito o que se passa Giovana continua..
-Fique calma ok. Encoste-se ali na parede.
-Preciso ir ao posto de saúde coletar sangue... e estou atrasada e não vou conseguir neste estado.
O posto de saúde era perto dali então Giovana diz-lhe que mora perto e vai correndo largar suas compras e volta para ajuda-la, trazendo uma garrafinha de água nas mãos.
Na volta e sem compras ela ainda encontra a velha senhora muito ofegante e faz ela tomar água devagar, e seguem para o posto.
Dez minutos depois ambas chegam para fazer a coleta e Giovana explica o acontecido e a senhora é imediatamente atendida, marca o retorno e pega seus medicamentos, faltando a insulina, ela terá de pegar na farmácia mais tarde. Agora era ligar para o filho para que viesse busca-la.
Ela faz companhia a velha senhora que se chama Elsa, até que seu filho Sergio chegue.
O filho veio, agradeceu pela sua generosidade, dona Elsa também se mostrou muito grata então Giovana se despediu, desejando melhoras a senhora, e foi logo para casa.
Mais tarde relembrando os fatos do dia, Giovana pensou em algo bastante curioso neste acontecimento...
Nenhum daqueles dois, ou a mãe ou o filho, perguntara sequer seu nome!
Sorrindo ela disse alto:
-E o que isso importa!
Talvez isso fosse só mais uma lição a aprender, ou até mesmo a ensinar.
Ai como parecemos idiotas e débeis as vezes!
Simplesmente assim e sem razão alguma, Giovana estava sorrindo meio abobalhada para a salada de pepino.
O filho Renato não teve dúvida: -Me conte a piada que eu também quero rir, mamãe.
A mulher contempla o filho ainda sorrindo e retruca.
-Não sei piada alguma filho, pareço uma retardada hoje, já tentei e realmente não consigo parar de rir. Deve ser daqueles descontroles emocionais...
Ambos riram-se juntos agora. -E parece contagioso isso. Disse Renato bem humorado também.
-Sabe filho que acordei assim hoje. Dormi bem e dormi pesado pois nem sei se sonhei. O fato é que amanheci com uma alegria quase infantil, com a alma leve, como se as minhas culpas tivessem ido todas embora, para nunca mais voltar.
Renato fica sério repentinamente. -Que culpas mãe?
-Ai filho, as culpas que todos sempre carregam, como se fosse bagagem obrigatória.
Renato era casado já tinha cinco anos e morava noutro bairro, e toda a quinta feira vinha religiosamente almoçar com a mãe. Era o mínimo que fazia, por quem tinha lhe dado tanto na vida.
- Não sou juiz de ninguém, mas acho que as culpas são impingida pelo próprio "culpado", na maioria das vezes.
Voce faz tanta coisa boa nesta vida, conquistou muitos amigos, cultiva suas flores. e ainda cuida das crianças da associação e eu só digo uma coisa. Tenho um imenso orgulho de minha mãe!
-Ai ai aiii...Quer que eu chore agora é? Risos
-Não mamãe, só salientei que para fazer melhor na vida, voce precisava ser duas, aquilo que voce não pode ser, não é mesmo?
-Obrigada pelo seu carinho meu filho. Eu sou mesmo uma sortuda e se acaso um dia eu for julgada, já sei que advogado chamar.
Despediram-se neste clima de agradável, pois Renato tinha ainda trabalho pela frente.
Uma pontinha de preocupação apertou seu peito o resto da tarde.
A mãe sempre fora assim, de bem com a vida. Muita ocupações a distraiam agora, mas até bem pouco tempo, o seu projeto de vida era ele, seu filho.
Agora ele estava casado e ela ficou sozinha. Isso parecia um tanto injusto, vendo por este prisma.
Depois que ela despachou o marido, um idiota que batia nela, nunca mais teve outro homem para fazer-lhe companhia. Coitada!
Renato relembra os colegas da escola que diziam ter raiva dos padastros, que as mãe só arrumavam tretas e que além de uns porcos ainda disputavam o afeto com os filhos como se isso fosse lhes trazer vantagens. Alguns de seus amigos iam mesmo para na casa das vovós por conta disso, infelizmente.
A mãe dele ficou só a vida toda... Tinha uma preocupação em trazer qualquer um para casa.
Renato cresceu sem a figura paterna dentro de casa, porém tinha exemplo do avô materno e do tio Laércio irmão do pai dele que ao contrário do pai, eram ambos homens de muita qualidade e estavam sempre presentes na vida familiar.
Depois do filho despedir-se, Giovana arrumou a cozinha e foi para a rua, tinha que buscar ração para o cãozinho perneta. Dera-lhe o nome de perneta pois era justamente o que ele era...
Interessante que quando estamos bem, tudo tem uma história muito especial e os acontecimentos que seguem fazem todo o sentido.
Hoje Giovana estava estranhamente fora de si...Parecia compreender a tudo e a todos.
Ao atravessar a rua ela passa por uma velha senhora que ao percebe-la diz:
-Me ajude por favor, não estou me aguentando.
- Que foi senhora, não se sente bem?
- Ahhhh..Muita falta de ar... ela arquejou, se agarrando em Giovana
Sem entender direito o que se passa Giovana continua..
-Fique calma ok. Encoste-se ali na parede.
-Preciso ir ao posto de saúde coletar sangue... e estou atrasada e não vou conseguir neste estado.
O posto de saúde era perto dali então Giovana diz-lhe que mora perto e vai correndo largar suas compras e volta para ajuda-la, trazendo uma garrafinha de água nas mãos.
Na volta e sem compras ela ainda encontra a velha senhora muito ofegante e faz ela tomar água devagar, e seguem para o posto.
Dez minutos depois ambas chegam para fazer a coleta e Giovana explica o acontecido e a senhora é imediatamente atendida, marca o retorno e pega seus medicamentos, faltando a insulina, ela terá de pegar na farmácia mais tarde. Agora era ligar para o filho para que viesse busca-la.
Ela faz companhia a velha senhora que se chama Elsa, até que seu filho Sergio chegue.
O filho veio, agradeceu pela sua generosidade, dona Elsa também se mostrou muito grata então Giovana se despediu, desejando melhoras a senhora, e foi logo para casa.
Mais tarde relembrando os fatos do dia, Giovana pensou em algo bastante curioso neste acontecimento...
Nenhum daqueles dois, ou a mãe ou o filho, perguntara sequer seu nome!
Sorrindo ela disse alto:
-E o que isso importa!
Talvez isso fosse só mais uma lição a aprender, ou até mesmo a ensinar.
Na vida umas vezes aprendemos outras ensinamos.... TaLVEZ sim ou TALVEZ não, quem sabe!
ResponderExcluir