A História Do Zéca
Conhecia o Zeca sim sinhor
Agora toda terça o Zeca saia
Nóis morava num barraquinho
Bem perto da praia seu doutor
Aquele era um irmão pra mim
Desde pequeno foi sozinho
Tinha um olhar daqueles
perdido
perdido
Então dei-lhe um lugarzinho
Podia ser doido o amigo meu
Não não, ele não era bandido
Era meio estranho, isso ele era
E também não tinha nada de seu
O Zeca andava sempre contente
As vezes eu ficava inté bravo
Por que diabo te ri vivente?
Ele respondia logo num repente,
Olha que dia mais bonito parente!
Uma vez, o Zeca saiu de noite
Pra voltar só de manhãzinha
Um sorriso mais grande ainda
Onde tu durmiu homem?
Conheci uma mulher,
uma flor, igual beleza
uma flor, igual beleza
Nunca tinha visto
uma lindeza
uma lindeza
E seu nome é...
Ai ela não disse
Ai ela não disse
Agora toda terça o Zeca saia
Pra voltar só no outro dia
Com um sorriso abobalhado
Eu tava preocupado com aquilo
Ele podia ser morto, roubado,
mas que nada
mas que nada
O sujeito tava mesmo apaixonado
Num dia destes o Zeca não voltou
Era tardinha de quarta
e alguém avisou
e alguém avisou
Corre cá, que teu amigo passou mal
desmaiou
desmaiou
Levei logo ao hospital
Morreu o pobre Zeca, não se aguentou
Ficava pensando que houve com a moça
A tal,
por quem Zeca se enfeitiçou
por quem Zeca se enfeitiçou
Depois do enterro dele, chegou a terça
Deu-me uma coisa na cabeça
Fui até o cemitério aquela noite
Eu sabia que era bobagem
Mas vi ali diante da sepultura a mulher
uma beldade
uma beldade
Ela também me viu e não me disse nada
Com os olhos marejados deixou cair uma flor
E se foi
Então era tudo verdade
O Zeca tinha mesmo um amor
O senhor me desculpe
Não sei dizer direito muita coisa
As vezes fico matutando...
Como pessoas que tem sorte
Podem muito e compram tudo
Sem nada ganhar
O Zeca não tinha nada nesta vida
Mas ganhou um tesouro assim
Sem querer, sem pedir ou comprar.
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