LIVRE ARBÍTRIO, DESDE QUANDO?
Na busca incessante de sermos, vamos tropeçando desde o nascimento naqueles que
já são, e que sutilmente nos convidam também à ser. E entre o peso do
nome ou sobrenome, da origem e da sociedade que nos cerca, somos arrastados
para aquilo que a maioria governa. E o que significa isso?Que somos produtos de
culturas sociais vigentes. Sei lá...
Nascemos virgens, mas logo vão
empanturrando-nos de informação até as orelhas. E ai crescemos cheios de
orgulho e empáfia: "Eu sou alguém,e sei tudo que é preciso para estar
bem".
É quando temos todas as
certezas do mundo sobre nós mesmos que, chega o fadado dia que alguém te
sussurra:"Tire sua máscara, quero te ver realmente." Como assim?
Minha surpresa não podia ser
maior. "és uma ingênua ou o que?"
Não demorou muito a seguir, e
percebi. "Isso é uma máscara, e eu uso descarada e livremente!"
E não tenho somente uma, são
várias e para todas as ocasiões.
Então hoje vou ao espelho e
retiro esta ridícula máscara do riso fácil, pois como posso eu rir tanto diante
de todas as misérias que assolam o mundo? Enquanto fico satisfeita com minha
barriga cheia, ignoro as pessoas que nunca conheci, e as que estão morrendo de
fome ou frio, na mais absoluta miséria! Enquanto as guerras matam na Síria, África,
ou Faixa de Gaza, e mesmo aqui no Brasil, que mata-se tanto ou mais que em todas
as guerras declaradas.
E é aqui, que começo a chorar sem parar. Uma tristeza mesmo.
"Outra máscara,
caramba!"
Lembrei-me das antigas viúvas
rezadeiras, que eram chamadas para chorar os mortos, como se o lamento de perda
da família não fosse suficiente para mostrar sentimento, então elas eram pagas
para mostrar o quanto o falecido era bom e importante.
Lembrei-me também do circo,
onde o palhaço usa a máscara da lágrima, e ainda assim arranca gargalhadas do
público, do político que de bom moço para angariar simpatias sai beijando todo
mundo, do pseudo socialista que mesmo tendo posses, junta-se a maioria que não
tem nada, com seu discurso de solidariedade.
Máscaras, tudo máscaras...
Quero tirar minhas máscaras, e
quando tiro uma, vem outra e mais outra até que descubro que não sou dona de
minha vontade, e que sigo regras políticas, religiosas, morais, sou
simplesmente um produto social que está longe de ser livre.
Máscara à parte, chego a
conclusão que o livre arbítrio não existe, e se existe é um caminho para ser
merecido e porque não dizer, ser conquistado.
Guerreira Xue
... E a isto se chama, viver em sociedade...
ResponderExcluirParabéns pelo texto!
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