ERA UMA VEZ UMA FAÍSCA
Sabe quando voce quer dizer qualquer coisa, e a língua trava? O
coração quer abrir mas, não sabe por onde. E a boca fica seca, e os olhos
marejam como se fossem saltar rios de lágrimas. É difícil falar sobre o que não
se sabe sentir mas, que sente, sente.
É quando sentimentos
conflitam e por alguma razão qualquer perdemos o senso de valor, e o que tem
importância então?
A história de
nossos povos ancestrais invariavelmente nos remete a outros tempos, e nela já
me descobri um explorador dos sete mares, uma negra escrava ceifando nos campos
de trigo, um camponês arando a terra, um curumim brincando à beira do rio, ou
simplesmente uma pedra observadora, (é interessante este ponto, porque nunca me
vi uma rainha). Risos...
E o que a história
tem a ver com o assunto? Não sei, acho que tudo, pois parecemos viver num
eterno flash back dando muita importância para pouco, e minimizando o
principal.
Ultimamente noto
que andamos cruzando limites, desbravando fronteiras, explorando idiomas,
conquistando amigos em todos os cantos do planeta, e tudo isso, sem sair de
casa. A necessidade de socializar-se se tornou inevitavelmente contagiosa.
Algumas pessoas
buscam e se encontram dentro de si próprias, já outras só conseguem identificarem-se
nos outros. Pensava eu ser natural esta curiosidade pelo autoconhecimento, até
que acabei por “topar” com quem não se busca também.
Seja como seja
todos vivemos, alguns mais outros menos, melhor ou pior, mas vivemos, e este
tempo de vida é tão curto que para o universo não passamos de faíscas, faíscas
estas que se intercalam do pó para o pó.
Então... Quando a língua travar, de um abraço, porque quando faltam às palavras, nos restam os gestos.
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