O MENINO E A PONTE
O riacho era estreito mas o leito, fundo.
As águas corriam aos jorrar de nascentes vizinhas
Sobre vergava uma ponte de pau centenário
Que gemia ao vento prometendo cair
O menino não ousava transpô-la
Era o único de sua idade que ainda a temia
Atravessara-a muitas vezes ao colo do pai
Mas agora estava grande para isso
Numa manhã em que toda a casa ainda dormiam
Levantou-se decidido e correu para a ponte
Deu o primeiro passo sem olhar para baixo
Mas estacou com as pernas tremulas
As águas límpidas corriam alheias àqueles olhos medrosos
Ele apoiou-se com os pés e as mãos sobre a madeira
E moveu-se para frente agachado
Vagarosamente chegou ao meio
Depois levantou-se olhando para a frente
Deu alguns passos puxando as pernas pesadas
E logo, misturando coragem e medo
Correu para o outro lado como um furacão
Elói Alves
Página38 do livro Sob um Céu Cinzento
http://www.lp-books.com/loja/poesia/sob-um-ceu-cinzento/
As águas corriam aos jorrar de nascentes vizinhas
Sobre vergava uma ponte de pau centenário
Que gemia ao vento prometendo cair
O menino não ousava transpô-la
Era o único de sua idade que ainda a temia
Atravessara-a muitas vezes ao colo do pai
Mas agora estava grande para isso
Numa manhã em que toda a casa ainda dormiam
Levantou-se decidido e correu para a ponte
Deu o primeiro passo sem olhar para baixo
Mas estacou com as pernas tremulas
As águas límpidas corriam alheias àqueles olhos medrosos
Ele apoiou-se com os pés e as mãos sobre a madeira
E moveu-se para frente agachado
Vagarosamente chegou ao meio
Depois levantou-se olhando para a frente
Deu alguns passos puxando as pernas pesadas
E logo, misturando coragem e medo
Correu para o outro lado como um furacão
Elói Alves
Página38 do livro Sob um Céu Cinzento
http://www.lp-books.com/loja/poesia/sob-um-ceu-cinzento/
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