ANA NA TERRA SEM LEI
Sabe aqueles dias comuns, feito por gente comum?
Pois é, era num destes dias quando Ana estava
voltando do trabalho para casa.
“Que vou fazer para a janta? Ainda tenho que passar
no mercado. Droga”!
Enquanto espera o farol abrir pega no celular, e
liga para casa.
-Oi filha, veja o que precisa para a janta, vou
passar no mercado para pegar frutas e carne. Anota o que falta, e me envia, não
posso esperar na linha porque estou dirigindo agora. Beijos.
Ao que a filha responde: – Está bem mãe. Beijos.
O farol abre e Ana segue pela Avenida Brasil, e mais
adiante, entrando a esquerda, depara-se com uma cena inusitada. No Beco a frente tinha um sujeito socando uma
mulher, a visão era impressionante. O homem batia-lhe de punho fechado no rosto, e
tentava tirar a bolsa dela, ela não soltava, e ele tornava a soca-la.
Quando Ana horrorizada se dá conta do que acontece,
toma uma atitude imediata manobrando seu carro em direção ao rapaz. Aquilo foi tão rápido que ouviu-se um estrondo arremessando o cara
longe.
Ana abre a porta e diz para a moça que apanhava:
-Entra logo, anda!
E sai em disparada, mas em tempo de olhar pelo retrovisor, e ouvir o
assaltante sentado na calçada a gritar:
_ Vou te
pegar vadia, tu quebrou minhas pernas sua desgraçada!
A moça vitima da agressão estava ali num estado tal,
que parecia não ter mais nenhum dente inteiro na boca. Seu rosto era grotesco de
tanto levar porrada.
Ana ficou penalizada, e ao mesmo tempo com tanta
raiva, que até deu vontade de voltar lá, e passar de vez por cima do filho da
puta.
Era inútil perguntar-lhe se ela estava bem, era óbvio
que ela não estava. Ana parou na frente do hospital mais próximo e disse-lhe:
- Diga somente que foi assalto para não te encherem
a paciência com tanta burocracia.
A moça mal conseguiu balbuciar um “obrigada”, e foi-se em direção ao pronto
atendimento.
Que moral tem isso? Não tenho menor ideia, mas penso
que alguém que se sujeita a apanhar
daquela maneira violenta, e não dar seu dinheiro é porque tem uma razão
muito forte para isso. Talvez fosse o leite das crianças que ela levava naquela
bolsa, talvez o remédio da mãe, ou o aluguel do mês...
E justo Ana que não é capaz de matar sequer moscas e
quando o faz pede desculpas, quase matou aquele infeliz, um desconhecido.
O curioso é que Ana nem perguntou o nome da mulher, e
tampouco disse o seu a ela.
Ainda tremendo muito pelo acontecido Ana seguiu para
casa, esquecendo completamente das compras. “Hoje comeremos omelete, pronto”.
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