O PAÍS DO FRACASSO
*Ao estudar sobre a fome no mundo, me deparei com esse relatório lá de 1999.
O Relatório Mundial do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) (1999) aponta o nascimento da criança número 6 bilhões, ocorrido em 12/10/1999. Isso significa que o planeta Terra já tem mais de 6 bilhões de crianças. Aliás, duas crianças nasceram nessa data, uma na Bósnia e outra no Brasil, em Salvador.
Essa criança nascida no Brasil tem: 30% de chances de não ser registrada ao nascer; 40% de chances de seus pais terem um padrão instrucional de menos de quatro anos de estudo; 21% de chances de nascer em lares cujos pais são analfabetos; 27% de chances de viver em uma família com renda mensal inferior a meio salário mínimo per capita; 17% de chances de trabalhar para ajudar a família a partir dos 10 anos, embora o Estatuto da Criança e do Adolescente só admita como adequado o trabalho após os 14 anos; 46% de chances de já estar trabalhando entre os 15 e 17 anos, tendo ou não concluído o ensino básico, para sobreviver e ajudar a família; 59% de chances de concluir o ensino fundamental (8ª série), embora 95% tenham chance de acesso a esse nível de ensino.
O Relatório Mundial do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) (1999) aponta o nascimento da criança número 6 bilhões, ocorrido em 12/10/1999. Isso significa que o planeta Terra já tem mais de 6 bilhões de crianças. Aliás, duas crianças nasceram nessa data, uma na Bósnia e outra no Brasil, em Salvador.
Essa criança nascida no Brasil tem: 30% de chances de não ser registrada ao nascer; 40% de chances de seus pais terem um padrão instrucional de menos de quatro anos de estudo; 21% de chances de nascer em lares cujos pais são analfabetos; 27% de chances de viver em uma família com renda mensal inferior a meio salário mínimo per capita; 17% de chances de trabalhar para ajudar a família a partir dos 10 anos, embora o Estatuto da Criança e do Adolescente só admita como adequado o trabalho após os 14 anos; 46% de chances de já estar trabalhando entre os 15 e 17 anos, tendo ou não concluído o ensino básico, para sobreviver e ajudar a família; 59% de chances de concluir o ensino fundamental (8ª série), embora 95% tenham chance de acesso a esse nível de ensino.
Os dados recentes do Unicef anteveem que 41% das crianças brasileiras estão fadadas ao fracasso escolar e a reproduzir, no futuro, a situação atual de fracasso de seus pais.
Está sendo considerado aqui como fracasso o fato de não ter completado as oito séries. No entanto, estarão os 59% que concluem as oito séries incluídos no não fracasso ou no sucesso escolar? Afinal, o que é o não fracasso escolar? Será o alcance de certo grau de desenvolvimento humano? Será a condição de autonomia? A de qualidade de vida? Será a condição de civilidade que permita valores e práticas como a da equidade? Bem, se é tudo isso, voltemos à afirmação anterior: não fracasso escolar é inclusão social (SPOSATI, 2008)
*NEM TUDO É PERMANENTE... OU É?
Aos 12 anos, 'garoto 6 bilhões' afirma que ONU o ignorou após nascimento.
O garoto bósnio Adnan Nevic, 12, diz que sua matéria preferida na escola é geografia e que quer ser piloto de avião quando crescer.
O interesse por viajar pelo mundo se justifica: logo que nasceu, em Sarajevo, à 0h02 de 12 de outubro de 1999, ele foi apontado pela ONU como a pessoa de número 6 bilhões no planeta. O nascimento da "pessoa 7 bilhões" será hoje.
Fotos da época mostram o bebê Nevic sendo carregado no colo pelo então secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
A escolha dele entre os cerca de 80 milhões de bebês nascidos naquele ano -oficialmente aleatória- tinha forte simbolismo político em uma cidade que fora arrasada por quatro anos de cerco dos sérvios (1992 a 1996) na guerra que se seguiu à dissolução da antiga Iugoslávia.
Hoje, Nevic é uma celebridade local em Visoko, a cidade onde vive, perto da capital da Bósnia. Desde o nascimento, porém, nem ele nem sua família receberam algum tipo de atenção -muito menos recursos- da ONU.
"[Annan] me carregou no colo quando eu tinha dois dias e, depois, nunca mais ouvimos falar deles", disse o garoto em entrevista ao jornal britânico "The Guardian".
Seu pai, Jasminko, enfrenta problemas de saúde, e a família sobrevive de sua aposentadoria e de uma pequena quantia paga por Sarajevo enquanto o "garoto 6 bilhões" estiver na escola.
Folha de S.Paulo - Foco: Aos 12 anos, 'garoto 6 bilhões' afirma que ONU o ignorou após nascimento - 31/10/2011 (uol.com.br)
*Quem é que garante como vamos crescer? O governo tem obrigação para com o cidadão. E a criança é responsabilidade de todos, sem exceção.
Guerreira Xue
Está sendo considerado aqui como fracasso o fato de não ter completado as oito séries. No entanto, estarão os 59% que concluem as oito séries incluídos no não fracasso ou no sucesso escolar? Afinal, o que é o não fracasso escolar? Será o alcance de certo grau de desenvolvimento humano? Será a condição de autonomia? A de qualidade de vida? Será a condição de civilidade que permita valores e práticas como a da equidade? Bem, se é tudo isso, voltemos à afirmação anterior: não fracasso escolar é inclusão social (SPOSATI, 2008)
*NEM TUDO É PERMANENTE... OU É?
Aos 12 anos, 'garoto 6 bilhões' afirma que ONU o ignorou após nascimento.
O garoto bósnio Adnan Nevic, 12, diz que sua matéria preferida na escola é geografia e que quer ser piloto de avião quando crescer.
O interesse por viajar pelo mundo se justifica: logo que nasceu, em Sarajevo, à 0h02 de 12 de outubro de 1999, ele foi apontado pela ONU como a pessoa de número 6 bilhões no planeta. O nascimento da "pessoa 7 bilhões" será hoje.
Fotos da época mostram o bebê Nevic sendo carregado no colo pelo então secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
A escolha dele entre os cerca de 80 milhões de bebês nascidos naquele ano -oficialmente aleatória- tinha forte simbolismo político em uma cidade que fora arrasada por quatro anos de cerco dos sérvios (1992 a 1996) na guerra que se seguiu à dissolução da antiga Iugoslávia.
Hoje, Nevic é uma celebridade local em Visoko, a cidade onde vive, perto da capital da Bósnia. Desde o nascimento, porém, nem ele nem sua família receberam algum tipo de atenção -muito menos recursos- da ONU.
"[Annan] me carregou no colo quando eu tinha dois dias e, depois, nunca mais ouvimos falar deles", disse o garoto em entrevista ao jornal britânico "The Guardian".
Seu pai, Jasminko, enfrenta problemas de saúde, e a família sobrevive de sua aposentadoria e de uma pequena quantia paga por Sarajevo enquanto o "garoto 6 bilhões" estiver na escola.
Folha de S.Paulo - Foco: Aos 12 anos, 'garoto 6 bilhões' afirma que ONU o ignorou após nascimento - 31/10/2011 (uol.com.br)
*Quem é que garante como vamos crescer? O governo tem obrigação para com o cidadão. E a criança é responsabilidade de todos, sem exceção.
Guerreira Xue
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