PARA ONDE FORAM TODOS?
Ao abrir os olhos, eu olhei para os lados e não vi ninguém, e me vi deitada na cama, num quarto que me era totalmente estranho. Ainda confusa chamei pelo meu pai e logo a porta se abriu lentamente e dela surgiu um garoto. — Você está bem vovó? — Não respondi de puro espanto. A seguir entrou um jovem alto que reconheci de imediato. — Papai o que houve, por que estou no quarto, eu fiquei doente?
Ele aproximou-se e com calma sentou-se a seu lado. — Eu sou o Paulo, seu filho mamãe. Você caiu da escada ontem a noite, por isso estas na cama. Foi um susto enorme, mas está tudo bem agora.
— Ao contemplar o menino, que de nervoso estava em lágrimas, eu me lembrei, era o Daniel que muito assustado não entendia o que se passava. — Como você se parece com meu pai, e que sensação estranha meu filho. Por um momento, eu pensei ser menina e ainda estar na casa de meus pais. — Deve ser por causa queda mamãe, pois ao cair, além de desmaiar, quebrastes duas costelas e segundo o doutor terás de ficar em repouso por alguns dias. Essa confusão deve ser resultante do choque e da medicação forte, afinal foi um tombo e tanto. Sente-se melhor agora? — Sim obrigada. O Daniel veio para perto e pegou na minha mão. — Vou te segurar sempre que desceres a escada agora vó.
Passou os dias, e eu ainda me via num emaranhado de lembranças entre o passado e o presente. Eu estava me esquecendo da adulta que eu era, e me sentia uma criança totalmente desorientada. Foi quando o medico diagnosticou "Alzheimer". Essa palavra caiu como um raio em nossas cabeças, uma vez que pouco sabíamos da doença. E foi preciso tempo para absorver toda a informação e entender que não há cura, e sim um tratamento no sentido de suavizar, quem sabe retardar seus efeitos. Desde então tenho tratado de amenizar dita e um melhor controle dos sintomas. Não tem sido fácil é verdade, mas procuro manter a calma e vivo um dia de cada vez com alegria e gratidão.
— Para onde foram todos? — Ao que meu filho mesmo impotente, me responde. — Estamos aqui mamãe, e sempre estaremos.
Assim são os meus lapsos, apagões que vão levando consigo as minhas memórias. E enquanto estou lúcida vou escrevendo, e fotografando a minha vida, a minha família e tudo que possa me reportar a mim própria. E quando lembro onde estou, digo aos meus que os amo, para que esses não esqueçam, nas horas difíceis que ainda virão.
Que seja infinito enquanto dure.
Ele aproximou-se e com calma sentou-se a seu lado. — Eu sou o Paulo, seu filho mamãe. Você caiu da escada ontem a noite, por isso estas na cama. Foi um susto enorme, mas está tudo bem agora.
— Ao contemplar o menino, que de nervoso estava em lágrimas, eu me lembrei, era o Daniel que muito assustado não entendia o que se passava. — Como você se parece com meu pai, e que sensação estranha meu filho. Por um momento, eu pensei ser menina e ainda estar na casa de meus pais. — Deve ser por causa queda mamãe, pois ao cair, além de desmaiar, quebrastes duas costelas e segundo o doutor terás de ficar em repouso por alguns dias. Essa confusão deve ser resultante do choque e da medicação forte, afinal foi um tombo e tanto. Sente-se melhor agora? — Sim obrigada. O Daniel veio para perto e pegou na minha mão. — Vou te segurar sempre que desceres a escada agora vó.
Passou os dias, e eu ainda me via num emaranhado de lembranças entre o passado e o presente. Eu estava me esquecendo da adulta que eu era, e me sentia uma criança totalmente desorientada. Foi quando o medico diagnosticou "Alzheimer". Essa palavra caiu como um raio em nossas cabeças, uma vez que pouco sabíamos da doença. E foi preciso tempo para absorver toda a informação e entender que não há cura, e sim um tratamento no sentido de suavizar, quem sabe retardar seus efeitos. Desde então tenho tratado de amenizar dita e um melhor controle dos sintomas. Não tem sido fácil é verdade, mas procuro manter a calma e vivo um dia de cada vez com alegria e gratidão.
— Para onde foram todos? — Ao que meu filho mesmo impotente, me responde. — Estamos aqui mamãe, e sempre estaremos.
Assim são os meus lapsos, apagões que vão levando consigo as minhas memórias. E enquanto estou lúcida vou escrevendo, e fotografando a minha vida, a minha família e tudo que possa me reportar a mim própria. E quando lembro onde estou, digo aos meus que os amo, para que esses não esqueçam, nas horas difíceis que ainda virão.
Que seja infinito enquanto dure.
Chorei ao ler, amiga. Tenho vivido isso com minha mãe, fragilizada pelo Alzheimer... Como é difícil! Só com mjito amor e dedicação... E muita paciência.
ResponderExcluirSaudades, minha Guerreira!
que beleza, apesar da tristeza, muito obrigada pela partilha
ResponderExcluirInfelizmente uma doença que afecta muita gente.
ResponderExcluirTriste história mas que corresponde à vida de muita gente. Só o amor e o carinho amenizam essa fragilidade.
Um abraço, Guerreira!