CONCURSO POÉTICO VERSOS & IMAGENS/ imagens de ULYSSES GALLETTI
Organização: Coletivo São Paulo, Escritores Sem Fronteiras de Literatura e Sarau Urbanista Concreto, em colaboração com o artista Ulysses Galletti.
Jurados: Camila Giudice, Hilda Milk (Guerreira Xue) e Ricardo Cardoso.
Foram vencedores os poemas:
1- Soneto em céu opaco – Pedro Lucas Oliveira (São Paulo – SP).
2- Soneto da estrela mais bela - Pedro Gameiro (Itatiba - SP).
3- Dois – Lucas Pereira da Costa (Sete Lagoa – MG).
4- Contrabaixo – Fabiana de Oliveira Ribeiro (Alterosa - MG)
5- Há boa rima para expressar o que sinto – Ana Paula de Oliveira Gomes (Fortaleza - CE).
6- Sobrevivência ou morte? – Ronaldo Dória Júnior (Rio de Janeiro - RJ).
7- Lua nova – Alberto Ribeiro Arecchi (PAVIA – Itália).
8- Precisamos – André Luiz Soska (Cachoeirinha / RS).
9- SOS – Rodrigo Vulcano Zanil (Araraquara / SP).
10- O que brilha é – kissila Muzy (Nova Friburgo, RJ).
SONETO EM CÉU OPACO
Pedro Lucas Oliveira
Cantarolam os pássaros de duras penas
Volta e meia pelos funestos céus opacos
Tal qual tristes fadas após maus tratos
Numa tragédia mais eterna, mais terrena
Ecoam pelos topos e bueiros; por todo lado
Meus cinzentos passarinhos em quarentena
A exibirem vozes secas, roucas e amenas
Nos subúrbios mais tortuosos de meu fado
E cantam-me assim, com onírica paixão:
“Tu que nos acolhe na bruma de teu peito
És morada para nós, viventes excluídos!
E mesmo que voemos em ares mais queridos
Floreados e vibrantes; seríamos suspeitos
Pela nossa plumagem árida: cor de solidão!
SONETO DA ESTRELA MAIS BELA
Pedro Gameiro Lopes
(apenas um poeta romântico)
Dentro de uma alma rica, meiga e revoltosa,
mostrando anjo e demônio morando em harmonia,
sonhadora e sagaz ao espinhar como rosa,
percebi o amor que jamais pensei possuiria.
Voltas o mundo dá, voltas o mundo deu,
se foi como o voar ágil de um beija-flor,
no tempo dissipou longe do espaço meu.
Os sonhos adornando, só não aliviando a dor.
Voltas o mundo dá, voltas o mundo deu,
entre muitos delírios, quem decaía era eu.
Até que retornou pra dar rima a meu verso.
Exalando ledice descobri a mais bela
e reluzente estrela no coração dela,
e não na vastidão e no cerne do Universo.
DOIS
Pereira da Costa,Lucas
“São dois barcos;
Dois sentidos;
Duas almas
podem ter;
Se olharem de
outro ângulo;
Outras coisas
podem ver;
Basta um minuto
de entrega;
Para a arte
te envolver.”
CONTRABAIXO
Fabiana de Oliveira Ribeiro
Grave!
Tudo em mim é grave.
Meu silêncio, meu barulho
Minha música, minha poesia.
Sou tão frágil, mas finjo ser forte,
Para quem acredita.
Toco as cordas:
Com o resto da minha energia elas vibram,
Só eu escuto,
Às vezes, é suficiente,
Mas percebo que existo pra acompanhar,
Não foi para solos que nasci,
Foi para marcar,
Ainda assim me amarro nessas cordas,
E vou vivendo essa gravidade,
Sem saber como terminar,
Não sei como terminar,
Só por que esse tempo ainda não chegou.
As batidas do meu coração são um groove terno com cifras misturadas
Regidas em tons menores.
HÁ BOA RIMA PARA EXPRESSAR O QUE SINTO?
Ana Paula de Oliveira Gomes
Não penso, faço
Coisas pensadas
E, não raro, impensadas
Ando na contramão do vil planejamento
Dos surdos muros
Jamais serei muro surdo
Viva o improviso!!!
Meu mundo não é quadrado
Em que pese, às vezes, ingrato
Avidamente requesto
Fugir das obviedades
Temo, mas preciso
Da ardente sinceridade
Difícil encontrá-la nas pessoas
Por isso, meus livros são por demais marcados
Marcas de uma vida
Pontos luminosos de idas e vindas.
SOBREVIVÊNCIA OU MORTE?
Memeio Schikuio
Ouvi do meu barraco o estrondo forte
De um blindado dessa polícia revoltante
A bala, num raio fúlgido, trouxe a morte
De um inocente com uniforme de estudante
Existe mesmo essa igualdade?
Eu me pergunto, vendo o corpo no caixão
Tantos corruptos em liberdade
E o nosso sangue se esvaindo pelo chão
Ó pátria amada
Desgovernada
Há quem nos salve?
Brasil, de falsos líderes, falsos mitos
De falta de justiça nosso país padece
Nas cúpulas de Brasília eu vejo, aflito
A grandeza da corrupção que resplandece
Após desmandos de toda natureza
O povo não vê o quanto é grande e poderoso
E o nosso futuro é um mar de incertezas
Terra abandonada
De engodos mil
És tu, Brasil
Ó Pátria amada!
Lá no Planalto, só fraude, mentira, ardil
Triste piada
Brasil!
LUA NO
Alberto Ribeiro Arecchi
No seio da noite
meu coração sussurra
as palavras do vento.
As folhas farfalham
suaves. Só guinchos
de lêmures no telhado.
Sombras furtivas no escuro
movem-se como fantasmas.
Falta a lua no céu.
Rápida incursão de uma ave
de rapina no rato
que bisbilhotava na minha porta.
No silêncio total
ali, na barra dos corais
a vaga começa a subir.
PRECISAMOS
André Luiz Soska
Os dias passam rápido demais
E menos parecemos compreender
Que quanto mais lutamos pela paz
Ainda mais ela tende a desaparecer
O que precisamos é derrubar os muros
Precisamos construir uma nova realidade
Precisamos levar luz a cada canto escuro
Precisamos de uma solução de verdade.
Chega de tanta violência
Chega de discriminação
Precisamos de mais paciência
O que mais precisamos é de união
Precisamos derrubar barreiras
E esquecer as linhas imaginárias
Que nos distanciam de muitas maneiras
E colocam pessoas em posições contrárias.
O que falta no mundo para ser um lugar melhor?
O que falta nas pessoas para que possam acreditar?
Todos esperam sempre pelo pior
Quando começaremos a nos conscientizar?
Para que vivamos em um lugar melhor precisamos olhar no espelho
Precisamos mudar o nosso coração
Quantas vezes tingimos o mundo de vermelho?
O que precisamos agora é abaixar as armas e tratar o próximo como irmão.
S O S
Rodrigo Vulcano Zanil
Mágico, lúdico e afiado>
Sigo_na_linha_sem_limite_de es p a ço
SÓ S a i o da linha quando
C
A
I
O
O QUE BRILHA É
kissila Muzy
Parece que é o céu
dependendo de qual seja seu onde
que na cidade-poluída de futuro-abafado,
à noite, há um brilhinho espalhado.
Podia ser um tecido
a ver quem está vestindo
pano de roupa de festa de gala de rico
ou sonho de pobre na passarela.
Ou ser só chuvisco
atravessando luz incidente
quando a água ainda nem molha, só espeta
no início é pingo aqui e mais a frente.
Talvez noite com neve
bastando a disposição de quem
deite no chão, sinta o frio, olhe pra cima
veja os flocos antes que lhe ocultem.
Mas acho que era só eu
olhos cerrados com força e esperança
invocando algum sol para me levar do breu
alucinada e perdida na escuridão.
Queria que fosse invasão
de gente ou qualquer coisa assim
trazendo algum brilho do espaço para mim
que a vida anda opaca e triste.
Jurados: Camila Giudice, Hilda Milk (Guerreira Xue) e Ricardo Cardoso.
Foram vencedores os poemas:
1- Soneto em céu opaco – Pedro Lucas Oliveira (São Paulo – SP).
2- Soneto da estrela mais bela - Pedro Gameiro (Itatiba - SP).
3- Dois – Lucas Pereira da Costa (Sete Lagoa – MG).
4- Contrabaixo – Fabiana de Oliveira Ribeiro (Alterosa - MG)
5- Há boa rima para expressar o que sinto – Ana Paula de Oliveira Gomes (Fortaleza - CE).
6- Sobrevivência ou morte? – Ronaldo Dória Júnior (Rio de Janeiro - RJ).
7- Lua nova – Alberto Ribeiro Arecchi (PAVIA – Itália).
8- Precisamos – André Luiz Soska (Cachoeirinha / RS).
9- SOS – Rodrigo Vulcano Zanil (Araraquara / SP).
10- O que brilha é – kissila Muzy (Nova Friburgo, RJ).
SONETO EM CÉU OPACO
Pedro Lucas Oliveira
Cantarolam os pássaros de duras penas
Volta e meia pelos funestos céus opacos
Tal qual tristes fadas após maus tratos
Numa tragédia mais eterna, mais terrena
Ecoam pelos topos e bueiros; por todo lado
Meus cinzentos passarinhos em quarentena
A exibirem vozes secas, roucas e amenas
Nos subúrbios mais tortuosos de meu fado
E cantam-me assim, com onírica paixão:
“Tu que nos acolhe na bruma de teu peito
És morada para nós, viventes excluídos!
E mesmo que voemos em ares mais queridos
Floreados e vibrantes; seríamos suspeitos
Pela nossa plumagem árida: cor de solidão!
SONETO DA ESTRELA MAIS BELA
Pedro Gameiro Lopes
(apenas um poeta romântico)
Dentro de uma alma rica, meiga e revoltosa,
mostrando anjo e demônio morando em harmonia,
sonhadora e sagaz ao espinhar como rosa,
percebi o amor que jamais pensei possuiria.
Voltas o mundo dá, voltas o mundo deu,
se foi como o voar ágil de um beija-flor,
no tempo dissipou longe do espaço meu.
Os sonhos adornando, só não aliviando a dor.
Voltas o mundo dá, voltas o mundo deu,
entre muitos delírios, quem decaía era eu.
Até que retornou pra dar rima a meu verso.
Exalando ledice descobri a mais bela
e reluzente estrela no coração dela,
e não na vastidão e no cerne do Universo.
DOIS
Pereira da Costa,Lucas
“São dois barcos;
Dois sentidos;
Duas almas
podem ter;
Se olharem de
outro ângulo;
Outras coisas
podem ver;
Basta um minuto
de entrega;
Para a arte
te envolver.”
CONTRABAIXO
Fabiana de Oliveira Ribeiro
Grave!
Tudo em mim é grave.
Meu silêncio, meu barulho
Minha música, minha poesia.
Sou tão frágil, mas finjo ser forte,
Para quem acredita.
Toco as cordas:
Com o resto da minha energia elas vibram,
Só eu escuto,
Às vezes, é suficiente,
Mas percebo que existo pra acompanhar,
Não foi para solos que nasci,
Foi para marcar,
Ainda assim me amarro nessas cordas,
E vou vivendo essa gravidade,
Sem saber como terminar,
Não sei como terminar,
Só por que esse tempo ainda não chegou.
As batidas do meu coração são um groove terno com cifras misturadas
Regidas em tons menores.
HÁ BOA RIMA PARA EXPRESSAR O QUE SINTO?
Ana Paula de Oliveira Gomes
Não penso, faço
Coisas pensadas
E, não raro, impensadas
Ando na contramão do vil planejamento
Dos surdos muros
Jamais serei muro surdo
Viva o improviso!!!
Meu mundo não é quadrado
Em que pese, às vezes, ingrato
Avidamente requesto
Fugir das obviedades
Temo, mas preciso
Da ardente sinceridade
Difícil encontrá-la nas pessoas
Por isso, meus livros são por demais marcados
Marcas de uma vida
Pontos luminosos de idas e vindas.
SOBREVIVÊNCIA OU MORTE?
Memeio Schikuio
Ouvi do meu barraco o estrondo forte
De um blindado dessa polícia revoltante
A bala, num raio fúlgido, trouxe a morte
De um inocente com uniforme de estudante
Existe mesmo essa igualdade?
Eu me pergunto, vendo o corpo no caixão
Tantos corruptos em liberdade
E o nosso sangue se esvaindo pelo chão
Ó pátria amada
Desgovernada
Há quem nos salve?
Brasil, de falsos líderes, falsos mitos
De falta de justiça nosso país padece
Nas cúpulas de Brasília eu vejo, aflito
A grandeza da corrupção que resplandece
Após desmandos de toda natureza
O povo não vê o quanto é grande e poderoso
E o nosso futuro é um mar de incertezas
Terra abandonada
De engodos mil
És tu, Brasil
Ó Pátria amada!
Lá no Planalto, só fraude, mentira, ardil
Triste piada
Brasil!
LUA NO
Alberto Ribeiro Arecchi
No seio da noite
meu coração sussurra
as palavras do vento.
As folhas farfalham
suaves. Só guinchos
de lêmures no telhado.
Sombras furtivas no escuro
movem-se como fantasmas.
Falta a lua no céu.
Rápida incursão de uma ave
de rapina no rato
que bisbilhotava na minha porta.
No silêncio total
ali, na barra dos corais
a vaga começa a subir.
PRECISAMOS
André Luiz Soska
Os dias passam rápido demais
E menos parecemos compreender
Que quanto mais lutamos pela paz
Ainda mais ela tende a desaparecer
O que precisamos é derrubar os muros
Precisamos construir uma nova realidade
Precisamos levar luz a cada canto escuro
Precisamos de uma solução de verdade.
Chega de tanta violência
Chega de discriminação
Precisamos de mais paciência
O que mais precisamos é de união
Precisamos derrubar barreiras
E esquecer as linhas imaginárias
Que nos distanciam de muitas maneiras
E colocam pessoas em posições contrárias.
O que falta no mundo para ser um lugar melhor?
O que falta nas pessoas para que possam acreditar?
Todos esperam sempre pelo pior
Quando começaremos a nos conscientizar?
Para que vivamos em um lugar melhor precisamos olhar no espelho
Precisamos mudar o nosso coração
Quantas vezes tingimos o mundo de vermelho?
O que precisamos agora é abaixar as armas e tratar o próximo como irmão.
S O S
Rodrigo Vulcano Zanil
Mágico, lúdico e afiado>
Sigo_na_linha_sem_limite_de es p a ço
SÓ S a i o da linha quando
C
A
I
O
O QUE BRILHA É
kissila Muzy
Parece que é o céu
dependendo de qual seja seu onde
que na cidade-poluída de futuro-abafado,
à noite, há um brilhinho espalhado.
Podia ser um tecido
a ver quem está vestindo
pano de roupa de festa de gala de rico
ou sonho de pobre na passarela.
Ou ser só chuvisco
atravessando luz incidente
quando a água ainda nem molha, só espeta
no início é pingo aqui e mais a frente.
Talvez noite com neve
bastando a disposição de quem
deite no chão, sinta o frio, olhe pra cima
veja os flocos antes que lhe ocultem.
Mas acho que era só eu
olhos cerrados com força e esperança
invocando algum sol para me levar do breu
alucinada e perdida na escuridão.
Queria que fosse invasão
de gente ou qualquer coisa assim
trazendo algum brilho do espaço para mim
que a vida anda opaca e triste.
Foram mais de 130 participantes deste concurso, e foi o maior que tive oportunidade de julgar. E de antemão afirmo que nunca li tanto poema bom junto!
ResponderExcluirComunico que partir do dia 20, todos os dias postarei um poema dos participantes.
PARABÉNS AOS VENCEDORES!
Bom dia! Muito obrigado pela oportunidade! Parabéns aos participantes, em especial os mais talentosos!
ResponderExcluirInjusto Alicia Kim em último lugar.SOS também merecia uma colocação melhor.O primeiro pela sofisticação e lwveza ao ler em voz alta poderá ser observado o requinte na música da palavras.E SOS pela criatividade e forma.
ResponderExcluirAdorei participar desse concurso. Criar a partir de uma imagem é um exercício para a alma!! Abraço, Hilda, e obrigada pela oportunidade.
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