UM ÚNICO AMOR
Por vezes me deparo com tantas contradições que penso mesmo que fui enganada a vida toda, e que aquilo de amor verdadeiro, procurar a cara metade, o outro que completa, é conto de fadas, um engodo puro.
Há uma busca desesperada pelo complemento do ser humano. Diria eu que isso começa desde o dia do nascimento. É como se fosse uma missão do vivente. A eternidade da vida não seria igual se pelo menos uma vez sentíssemos o amor verdadeiro, o beijo verdadeiro, etc, etc...
Sem contar que o Sujeito que canta a música "alma gêmea" já se casou umas vinte vezes. Por outro lado, é preciso pensar.Vasculhar a memória que graças a Deus a tenho mais ou menos preservada.
Vivemos tempos onde a moda é "ninguém é de ninguém" e "todo mundo é de todo mundo" e isso é verdade. Como também é verdade que existem os que não são de ninguém e nem de todo mundo.
Lembrei-me de uma moça que se apaixonou por um rapaz, ela tinha apenas quinze anos e ele trinta e cinco, e eram vizinhos de porta. Ela era bem namoradeira e ele um rapaz bem contido, sério mesmo. Demorou um pouco para eles dois se acertarem, porém antes dela fazer os dezoito anos, estavam casados os dois. E viveram ambos uma vida harmoniosa de vinte anos. Quando eu os encontrava, imaginava que aquilo parecia ser a união ideal. Deviam ter seus problemas é claro (todo mundo tem), mas a confiança e o afeto fazia tudo parecer fácil de superar.
Marcio teve um AVC e veio a falecer no ano de 2000 e a Silvia nunca se recuperou de sua perda.
As irmãs até que tentavam arranjar-lhe um par em diversas ocasiões.
Ela, sempre com bom humor respondia:
_Já sou casada...
Zangaram-se, porque ele viu no celular dela uma mensagem do vizinho da casa em frente.
Ele, sempre muito ciumento, insultou-a, ela esbofeteou-o, ele retribuiu-lhe, até que ela se passou e disse que se ia embora, e nem o choro dele convenceu-a a ficar. Dizem que foi para a Amazônia e que vive numa tribo recôndita, a cinco horas de viagem de barco de qualquer indicio de civilização.
Fez bem, pois se os homens não prestam nem aqui é um sítio agradável para viver. Era assim a vida Rui e Valeria. Se amavam muito, mas não conseguiam dividir mais que o sexo, porque fora da cama os dois eram um "desastre".
Ela era popular e gostava de se exibir. Por que tinha que ser difícil? Apaixonaram-se, um pelo outro, assim que se viram. E dai a morar junto, foi um "pulo". Se havia um problema qualquer, se agrediam não apenas com palavras, mas fisicamente também. Sabiam ambos que isso tinha que acabar...
E acabou.
Ariovaldo e Diná estavam casados há muitos anos já. Levavam uma vida aparentemente tranquila, ambos tementes a Deus e nunca faltavam a igreja. Cuidavam dos filhos de forma regular e eram firmes e amorosos. Estes tinham uma reputação e moral ilibada. Enfim uma família modelo.
Quando os filhos se casaram, estes eram quatro ao todo, alguma coisa significativa deve também ter abalado o casal, seja a mudança, o silencio em casa, a sobra de tempo... Sei lá.
O fato é que, Ariovaldo passou a frequentar o bar da esquina com certa regularidade. Agora ele estava aposentado e tal... Diná lhe dizia que podia ir, mas que não perdesse o horário das refeições. Porém com o passar dos meses isso foi mudando gradativamente, e ela começou a ter de ir busca-lo para almoçar, jantar, ou dormir.
Quando os filhos se deram conta, e isso demorou um pouco, pois estavam todos cuidando de suas vidinhas, estavam seus pais, Ariovaldo e Diná tendo que serem internados por alcoolismo.
E os filhos que foram criados com tanto rigor moral, tinham agora vergonha dos pais alcoólatras.
Não sei dizer se o amor existe, onde nos leva ou se nós é que o levamos...
As coisas mudam o tempo todo e situações confrontam-se.
Talvez isso seja como cultivar plantas, e todas tem seu tempo de vida, mas o cuidado vai ser o fator determinante regando continuamente na medida certa, do contrário ou morre afogada ou seca.
Tenho uma teoria muito pessoal sobre o assunto.
Acho que talvez, só talvez...
Leve-se muito séculos até que as metades verdadeira se encontrem e algumas até se "esbarram" por ai porém, com tantas distrações, não se reconhecem facilmente.
Guerreira Xue/Hilda Milk
https://www.facebook.com/GuerreiraXue
Imagem Net
Há uma busca desesperada pelo complemento do ser humano. Diria eu que isso começa desde o dia do nascimento. É como se fosse uma missão do vivente. A eternidade da vida não seria igual se pelo menos uma vez sentíssemos o amor verdadeiro, o beijo verdadeiro, etc, etc...
Sem contar que o Sujeito que canta a música "alma gêmea" já se casou umas vinte vezes. Por outro lado, é preciso pensar.Vasculhar a memória que graças a Deus a tenho mais ou menos preservada.
Vivemos tempos onde a moda é "ninguém é de ninguém" e "todo mundo é de todo mundo" e isso é verdade. Como também é verdade que existem os que não são de ninguém e nem de todo mundo.
Lembrei-me de uma moça que se apaixonou por um rapaz, ela tinha apenas quinze anos e ele trinta e cinco, e eram vizinhos de porta. Ela era bem namoradeira e ele um rapaz bem contido, sério mesmo. Demorou um pouco para eles dois se acertarem, porém antes dela fazer os dezoito anos, estavam casados os dois. E viveram ambos uma vida harmoniosa de vinte anos. Quando eu os encontrava, imaginava que aquilo parecia ser a união ideal. Deviam ter seus problemas é claro (todo mundo tem), mas a confiança e o afeto fazia tudo parecer fácil de superar.
Marcio teve um AVC e veio a falecer no ano de 2000 e a Silvia nunca se recuperou de sua perda.
As irmãs até que tentavam arranjar-lhe um par em diversas ocasiões.
Ela, sempre com bom humor respondia:
_Já sou casada...
Zangaram-se, porque ele viu no celular dela uma mensagem do vizinho da casa em frente.
Ele, sempre muito ciumento, insultou-a, ela esbofeteou-o, ele retribuiu-lhe, até que ela se passou e disse que se ia embora, e nem o choro dele convenceu-a a ficar. Dizem que foi para a Amazônia e que vive numa tribo recôndita, a cinco horas de viagem de barco de qualquer indicio de civilização.
Fez bem, pois se os homens não prestam nem aqui é um sítio agradável para viver. Era assim a vida Rui e Valeria. Se amavam muito, mas não conseguiam dividir mais que o sexo, porque fora da cama os dois eram um "desastre".
Ela era popular e gostava de se exibir. Por que tinha que ser difícil? Apaixonaram-se, um pelo outro, assim que se viram. E dai a morar junto, foi um "pulo". Se havia um problema qualquer, se agrediam não apenas com palavras, mas fisicamente também. Sabiam ambos que isso tinha que acabar...
E acabou.
Ariovaldo e Diná estavam casados há muitos anos já. Levavam uma vida aparentemente tranquila, ambos tementes a Deus e nunca faltavam a igreja. Cuidavam dos filhos de forma regular e eram firmes e amorosos. Estes tinham uma reputação e moral ilibada. Enfim uma família modelo.
Quando os filhos se casaram, estes eram quatro ao todo, alguma coisa significativa deve também ter abalado o casal, seja a mudança, o silencio em casa, a sobra de tempo... Sei lá.
O fato é que, Ariovaldo passou a frequentar o bar da esquina com certa regularidade. Agora ele estava aposentado e tal... Diná lhe dizia que podia ir, mas que não perdesse o horário das refeições. Porém com o passar dos meses isso foi mudando gradativamente, e ela começou a ter de ir busca-lo para almoçar, jantar, ou dormir.
Quando os filhos se deram conta, e isso demorou um pouco, pois estavam todos cuidando de suas vidinhas, estavam seus pais, Ariovaldo e Diná tendo que serem internados por alcoolismo.
E os filhos que foram criados com tanto rigor moral, tinham agora vergonha dos pais alcoólatras.
Não sei dizer se o amor existe, onde nos leva ou se nós é que o levamos...
As coisas mudam o tempo todo e situações confrontam-se.
Talvez isso seja como cultivar plantas, e todas tem seu tempo de vida, mas o cuidado vai ser o fator determinante regando continuamente na medida certa, do contrário ou morre afogada ou seca.
Tenho uma teoria muito pessoal sobre o assunto.
Acho que talvez, só talvez...
Leve-se muito séculos até que as metades verdadeira se encontrem e algumas até se "esbarram" por ai porém, com tantas distrações, não se reconhecem facilmente.
Guerreira Xue/Hilda Milk
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