ACADEMICOS X NÃO ACADEMICOS

A quem possa interessar, 
resolvi fazer uma nota sobre algumas questões que por vezes me são colocadas por acadêmicos; que diabos é isso que tu escreves? Isso é poesia? Queres agradar a todos? Não tens ritmo e foges ao padrão. Não és poeta ou escritora! 
 Em primeiro lugar; nunca me disse poeta. Respeito os clássicos e os adoro, e estou sempre relendo um e outro. Gosto mesmo de mencioná-los pois sou uma cria deles. Concordo que não sigo padrões, concordo com as quebras, e o que tem isso?
Para cada autor veremos o seu valor em diferentes tempos, sejam eles aceitos ou não.
Mas agora vejamos algo interessante, Shakespeare é um clássico hoje, não no tempo dele. Não foi ele criticado jamais, sendo que tudo que ele encenava era crítica?
Quando Vitor Hugo escreveu os miseráveis, ele sabia ser seu melhor trabalho. Era um estadista de renome, um acadêmico e sua obra impecável, dentro dos padrões. Simplesmente fantástica!
Mais fantástico ainda é o memorial do convento de Jose Saramago. Um gênio que escreveu a obra com requintes de detalhes impressionantes. Nem parecia que a história se passara mais de 200 anos antes dele. Um estudioso e pesquisador maravilhoso que primou pela liberdade na literatura.
Paulo Leminski Filho, outro acadêmico que tinha uma poesia marcante, esse inventou um jeito próprio de escrever, com trocadilhos, brincadeiras com ditados populares e influência do haicai, além de abusar de gírias e palavrões, tudo de forma bastante instigante.
E posso citar muitos outros.
Eu sempre me perguntava se eu devia publicar ou não o que escrevia, pois achava que correria o risco de ser só mais uma copista. E o mundo anda tão cheio deles que dá até ânsia.
Não me importo com críticas, leio quase sempre essas. O que me chateia é a falta de respeito.
Uma vez enviei a um amigo, que também escreve e ele, depois de concluir a leitura, me respondeu o seguinte; como tu fazes isso? Nunca li nada parecido, tu tens um jeito de escrever único. Olha, aquilo foi maravilhoso!
Desde então tomei coragem e publiquei. O mercado literário mundial estava, na época, em franca decadência e, em contra partida, as redes sociais em larga expansão. Publiquei ainda em Portugal e no Brasil. Hoje percebo, é a rede digital quem me proporciona oportunidade. É uma terra sem lei? Sim, mas cada um sabe de si.
Ora, não sou acadêmica, mas ainda tenho minha própria identidade. Tento fazer a minha parte, contribuindo para que jovens e adultos leiam numa linguagem mais simples. Tenho um outro amigo, de quem gosto e admiro muito, que diz o seguinte; é preciso ler novos pensadores, sem desrespeitar os velhos. Esse é de grande sabedoria, e tão necessário!
O mundo anda cada vez mais pobre em relação a educação, e não se trata somente do Brasil. A educação é falha universalmente, e só quem tem poder aquisitivo, e muita vontade, consegue uma cadeira na universidade. É cada vez maior o número de analfabetos funcionais. E quem é que quer se responsabilizar por isso? Eu, você? Não! É comum o estudante abandonar o sonho de uma boa universidade, para manter o próprio sustento e ter comida na mesa.
Vê como a escrita difere agora ? Cada um escreve para quem quer, e como quer! E fica-se contente que alguém lê, questiona, e principalmente respeita.
Quando Zygmunt Bauman disse que as redes são armadilhas, ele estava certo em vários sentidos. Os pais não devem dar uma arma engatilhada para as crianças. Tive pena e tive medo também. Vivo me questionando; que futuro queremos?
Entretanto, os defensores ferrenhos dos clássicos estão lá no seu cantinho, recebendo boa paga para ensinar os riquinhos.

“O poema é um tipo textual estruturado em versos e que pode conter rimas e metrificação. O soneto é um tipo de poema de forma fixa, composto por quatro estrofes, sendo dois quartetos e dois tercetos. Já a poesia é a própria forma de arte, podendo ser expressa pela pintura, fotografia, músicas e textos. Então, todo poema é considerado poesia, porém nem toda poesia precisa ser um poema”. https://www.todamateria.com.br/diferenca-entre-poema-e-poesia/


Os acadêmicos sempre criticam a tudo e todos que fogem aos padrões impostos pela doutrina. Mas o que se percebe é que seus escritos andam nas gavetas, ou em livros dos quais uma meia dúzia de amigos, também acadêmicos, o compram.

Não sou escritora, sou escritora? ... Talvez sim, talvez não. O tempo dirá!
De qualquer maneira é um prazer poder argumentar de forma coerente e sensata.
Ps: Esse texto foi revisado vezes, mas, se houver algum erro de concordância me envie sua sugestão, afinal não sou acadêmica.
Abraços
@guerreiraXue  



Comentários

  1. AH, os acadêmicos...fumei muito essa marca de cigarros da Souza Cruz, quando jovem.

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  2. Gostei muito do texto. Não ligo para essa gente embolorada que se acham donos da literatura. Tenho dificuldade em aceitar o mesmismo. E sempre pergunto para os autores: será por isso que os brasileiros não têm o hábito da leitura? Tudo é igual e regrado. Ainda bem que hoje existe a Leia Livros, onde podemos criar livros diferentes, que agradam aos olhos. Obrigada pelo convite, adorei vir aqui e vou voltar. Abraços.

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