O Desejo Do Gênio//cont. de O Peregrino

E o gênio desejou que Surya voltasse...

Ao se ver de pé e viva, Surya olha em volta e reconhecendo seu amigo gênio, questiona: — Por que estou aqui Max, me vejo jovem novamente, mas eu era idosa. Eu não morri?
— Foi eu quem pediu que voltastes, porque tem uma coisa que preciso te contar. — Ante ao olhar curioso dela ele continua...
— Sabes porque fiquei contigo a vida toda? — Por causa dos 3 pedidos, eu sei. —Também foi, mas não só. Eu queria estar contigo o tempo todo. Sorrir quando tu sorrisses, secar as tuas lágrimas quando tu chorasses. Te cuidar quando estivesses doente... Quando te apaixonastes pela primeira vez eu fiquei chocado... Eras uma mulher e agora eu não podia mais interferir, mas, era uma oportunidade de me livrar da prisão dos pedidos e te deixar ser feliz. E de novo não pedistes nada. Eu te via triste por causa de alguém que não te queria e, no entanto,... Eu te queria muito. Primeiro foi como se fosse teu pai, apesar de não ser. Tu eras uma menina da guerra e eu um ser mágico, porque tudo que eu fazia não me dava trabalho, e eu te via trabalhar até cair de exaustão. depois te amei como um irmão com um sentimento fraterno de igualdade, porque tu cresceste a meus olhos como uma heroína, eu achava inacreditável e a tua capacidade de resistência. E finalmente te amei como um homem ama uma mulher. Olha Surya, eu sou diferente de tua espécie o que me causou muita confusão. A medida que isso acontecia eu só pensava me livrar de ti para seguir minha vida, e esquecer essa bagunça de sentimentos.
Quando tu morreste, eu quase desejei ser mortal para morrer também.
Depois vaguei pelo mundo por décadas. Até que encontrei o Joaquim, um velho estranho que mais me ajudou do que eu a ele. Por isso que estás de volta. Quero te contar a verdade, eu sempre te amei, e de todas as maneiras que podes imaginar.
Surya que escutava calada, pondera; — Gênios não se casam, por quê? — Talvez por nunca encontrar uma gênia em seu caminho. — Ambos se riem. — Ela aproxima-se dele com os olhos marejados
— Eu não fiz os pedidos de propósito também Max. Queria-te comigo sempre. Desde o tempo da guerra, eu ajudava muita gente e quando era eu quem precisava, tinha o meu querido Max para me amparar. A vida é tão passageira que ninguém mais quer parar, e depois de tantas perdas, as pessoas tornaram-se mais imediatistas do que nunca.
Me apaixonei algumas vezes, é verdade, e embora eu quisesse algo duradouro, tudo era muito superficial, mundano, e com prazo curto de validade. Na primeira vez foi muito difícil superar, depois não mais me importava, porque quando eu estava só, não estava. Eu tinha uma fortaleza que era o Max. Descobri há muito tempo que te amava. E não te contei por medo, pois podia te perder.
Os dois se abraçam: — Como senti saudades deste abraço. — Disse ele comovido. — Hoje é meu aniversário e te trazer de volta foi o melhor presente de todos os tempos. Concedestes o pedido à mim, lembras?
— Lembro. — Agora cabe a ti fazer o terceiro pedido. — Tens certeza que queres ser mortal Max? — Tu ajudaste a tantos com teus poderes, e sem precisar te pedir. — Eu fazia para te ajudar meu amor. E vou continuar te ajudando. E se for contigo, eu tenho toda certeza do mundo.
— O mundo está melhor agora, sem guerras. — Nem tanto. Atente que o tempo passou, mas, os humanos não estão muito diferentes.
— Então eu quero que restitua o que eu construí antes de morrer, para dar continuidade aos meus projetos sociais. — Mas morrestes tem mais de meio século! — E agora? — Ambos riem e se beijam.
— E diga logo antes que o dia termine! — Ela o encara com meiguice
— És um gênio, me dê dinheiro para eu começar a vida de novo então! Porque de resto, tudo eu tenho.
— Por inúmeras razões, os humanos são iguais. Vem comigo, vou te levar num lugar. Antes de conceder teu pedido. porque a partir daí viro mortal. E tu vai me esquecer. — Surya fica ansiosa. — Então melhor que não Max. Como é que vou te encontrar? — Não se preocupe, porque eu não te esqueço.
Os meses se passaram e desde o aniversário, Joaquim não teve notícias de Max. Eram um dia ensolarado, no café da manhã, e o correio entrega uma correspondência e a surpresa. Um convite de casamento de Maxximus e Surya. — Querida, o Max vai casar! E correndo ao telefone liga para o amigo.
— És mortal agora? — Sou, graças a ti e a Surya! Ainda estou me adaptando, e Surya também. Tu és nosso convidado de honra!

Depois te conto mais... Ser humano é um inferno e ao mesmo tempo maravilhoso. Grande Abraço!

#Guerreiraxue
 




 

 

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