O HOMEM QUE NASCE SEM SABER

O que acontece com o homem que nasce, e o mesmo não sabe para quê? Por um bom tempo, desde o seu nascimento, não acontece nada. Somente o futuro dirá o que esse bebê vai se tornar. Os progenitores desse ser humano, ainda não pensante, é que têm grandes expectativas sobre o rebento que carregará suas genéticas para a posteridade.
Falando sobre nisso, eu tentei me lembrar do meu primeiro pensamento, quando aconteceu?
Quem sou eu? Onde estou? Diga papai, mamãe, mama, papá ... Eu sequer me lembro de como aprendi, devia só repetir como um papagaio mal enjambrado.
Eu nasci boa, má, ou era só uma inocente de cabeça vazia, pronta para ser cheia de informação, nem sempre tão transparente como parecia? Não estou querendo julgar nossos pais, ainda assim temos que pensar melhor sobre a nossa natureza.

O filosofo de Jean-Jacques Rousseau tinha como essência a crença de que o Homem é bom naturalmente, embora esteja sempre sob o jugo da vida em sociedade, a qual o predispõe à depravação. Para ele o homem e o cidadão são condições paradoxais na natureza humana, pois é o reflexo das incoerências que se instauram na relação do ser humano com o grupo social, que inevitavelmente o corrompe.
Talvez, ele tenha razão, porque viver em sociedade requer certos critérios.

Ainda segundo Rousseau há três etapas no processo evolutivo do homem. O primeiro estágio refere-se ao homem natural, subjugado pelos instintos e pelas sensações, sujeito ao domínio da Natureza; o segundo diz respeito ao homem selvagem, já impregnado por confrontos morais e imperfeições; segue-se, então, a condição do homem civilizado, marcada por intensos interesses privados, que sufocam sua moralidade.

Na esfera da educação, exposta na sua obra Emílio, ele teoriza filosoficamente sobre o Homem. Sua principal inquietação, neste ponto, é saber se educa o indivíduo ou o cidadão, já que, para ele, estas duas facetas não podem conviver no mesmo ser, por serem completamente opostas.

Sinto uma certa tensão sobre esse assunto, porque só posso falar por experiência própria. Eu não sei se sou boa, não sei se sou má, mas, sei que sou corrompida. 

Na dúvida, concordo em parte com Rousseou porque, o que determina o que sou  é o meio em que vivo ou, o meio em que pretendo me inserir. É certo que trocar de "meio" requer algum esforço seja esse para baixo ou para cima.

O  filósofo dizia em sua teoria que: Quanto mais distante da natureza o homem se encontrar, mais corrompido ele estará.

Talvez um dia eu volte a morar no campo.

Emílio ou da Educação foi escrito tem mais de 250 anos e ainda hoje traz grandes ensinamentos.

Vai lá ver!

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