O VELHO PIRATA

Remem escravos
Gritava o homem demente
Pois é qualquer dia
Bom dia para navegar
E ao olhar em volta
O velho marinheiro
Mirando firme no horizonte
continuava a berrar
Icem as velas marujos
Não tenham medo
Porque a vida e a morte
Andam ai por todo lugar
É difícil sabermos
Do caminho que nos leva
Esse aprende-se andando
Com os pesados rastros
Que seguem marcando as lembranças
Daquilo que foi, ou pensam que foi
Ou se ainda serão capazes de retornar
Agora nem sabem se respiram
Ou se são fantasmas em alto mar
Só o que sabem é que precisam
Navegar
Remem escravos
Larguem suas mágoas ao vento
Que agora corre a favor
As tempestades aproximam-se
depressa
Rezem por suas vidas miseráveis
E se for pela morte
Que seja rápida e indolor.
Remem escravos
Saibam seus malditos vermes
Que o fim do mundo não existe
Nós é que somos breves.

Comentários

  1. Muito emocionante o encadeamento de versos navegando pelas emoções humanas e mostrando os meandros da alma através das metáforas. Beijos ;)

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    Respostas
    1. Eliane Pantoja Vaidya4 de julho de 2022 às 10:37

      Querida guerreira xue, sua poesia é deslumbrante.

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    2. Eliane Pantoja Vaidya4 de julho de 2022 às 10:40

      Gostaria de adquirir seu livro No silencio da hora nasce a poesia

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