Vida De Gato (conto partilhado)
Era uma vez um gato que vivia há vinte anos na casa de um senhor alemão, que por acaso morava em Lisboa, mas que tinha mais uns vinte gatos para além daquele.
Olá! Chamam-me Ghenghis Kat, e sou dos gatos mais antigos destes quintais, já estive em todos os beirais.
Ainda me gabam a minha pelagem tigrada e os meus olhos verdes como limões, mas as gatas novas já não querem nada comigo...
Ando por aí, dão-me uns restitos de comida todos os dias, nada mau, e passo o dia ao sol e com a malta da minha geração... os que têm garra, esses gatos novos que andam por aí agora não respeitam nada nem ninguém, e elas são iguais!
Esta malta nova! Só querem é sexo e boa vida, não se interessam em saber que nós já andamos por aqui na catwalk há muitos anos...
Sou também o gato mais giro de todos estes quintais, mas estou muito velhinho, não consiigo já nem contar os anos que tenho!
Como já tenho muitos, achei boa ideia escrever esta história, antes que me esqueça de tudo o que vivi!
Não sou o mau da fita, fui sempre sossegado, pacato, a observar o mundo à minha volta, um espectador, como no cinema, no teatro, parado a olhar para a televisão.
Esse foi o meu modo mais constante, a regras de todos quantos me conhecem.
Porém, tenho alguns episódios, mais ou menos secretos (?), em que a ação foi mais forte e pude desempenhar o papel principal.
Moderado como sou, não quero abusar da vossa atenção, mas não resisto a levantar o véu daquele que foi, talvez, a minha maior aventura!Viver...
Era inverno. E os meus seis filhos estavam aconchegados a mim e à mãe, uma doçura de gata, que os apaparicava constantemente, como se ainda fossem bebés.
Era um tempo bem dificil, inverno forte.Estávamos em casa todos.Eles eram bonitos, menos Belquior, todos fofos e reluzentes, menos Belquior.Este parecia que nem era gato.
Enquanto todos eram cativantes pela pela doçura,Belquior era inquieto e eriçado.
Gostava de nossos filhos todos naturalmente mas, do Belquior era um tanto forçado, devo adimitir.
E como algumas lições são para toda a vida, procurei com certeza, não me esquecer desta.
Num dia qualquer, pois como gato não sei precisar o tempo. Aprendi a respeitar o meu filhote Belquior.
O Belquior andava sempre remelado, com ranho a cair do focinho, com o rabiote a cheirar mal, com o pêlo branco todo porco e com os bigodes cheios de teias de aranha. Mas mesmo quando nasceu era o mais feio de todos os irmãos, com umas orelhas fora do normal, demasiado pequeno para a cabeça e com umas patonhas descomunais. Um ano mais tarde viria a tonar-se o maior gato das redondezas e também o mais giro, depois de mim, claro!
Diga-se de passagem que também é dos mais maricas que conheço e que nunca conseguiu largar a mãe,
nem mesmo em adulto!
Este foi uma partilha de PaulaJ com participação especial de JN, BA e Guerreira Xue
Ainda me gabam a minha pelagem tigrada e os meus olhos verdes como limões, mas as gatas novas já não querem nada comigo...
Ando por aí, dão-me uns restitos de comida todos os dias, nada mau, e passo o dia ao sol e com a malta da minha geração... os que têm garra, esses gatos novos que andam por aí agora não respeitam nada nem ninguém, e elas são iguais!
Esta malta nova! Só querem é sexo e boa vida, não se interessam em saber que nós já andamos por aqui na catwalk há muitos anos...
Sou também o gato mais giro de todos estes quintais, mas estou muito velhinho, não consiigo já nem contar os anos que tenho!
Como já tenho muitos, achei boa ideia escrever esta história, antes que me esqueça de tudo o que vivi!
Não sou o mau da fita, fui sempre sossegado, pacato, a observar o mundo à minha volta, um espectador, como no cinema, no teatro, parado a olhar para a televisão.
Esse foi o meu modo mais constante, a regras de todos quantos me conhecem.
Porém, tenho alguns episódios, mais ou menos secretos (?), em que a ação foi mais forte e pude desempenhar o papel principal.
Moderado como sou, não quero abusar da vossa atenção, mas não resisto a levantar o véu daquele que foi, talvez, a minha maior aventura!Viver...
Era inverno. E os meus seis filhos estavam aconchegados a mim e à mãe, uma doçura de gata, que os apaparicava constantemente, como se ainda fossem bebés.
Era um tempo bem dificil, inverno forte.Estávamos em casa todos.Eles eram bonitos, menos Belquior, todos fofos e reluzentes, menos Belquior.Este parecia que nem era gato.
Enquanto todos eram cativantes pela pela doçura,Belquior era inquieto e eriçado.
Gostava de nossos filhos todos naturalmente mas, do Belquior era um tanto forçado, devo adimitir.
E como algumas lições são para toda a vida, procurei com certeza, não me esquecer desta.
Num dia qualquer, pois como gato não sei precisar o tempo. Aprendi a respeitar o meu filhote Belquior.
O Belquior andava sempre remelado, com ranho a cair do focinho, com o rabiote a cheirar mal, com o pêlo branco todo porco e com os bigodes cheios de teias de aranha. Mas mesmo quando nasceu era o mais feio de todos os irmãos, com umas orelhas fora do normal, demasiado pequeno para a cabeça e com umas patonhas descomunais. Um ano mais tarde viria a tonar-se o maior gato das redondezas e também o mais giro, depois de mim, claro!
Diga-se de passagem que também é dos mais maricas que conheço e que nunca conseguiu largar a mãe,
nem mesmo em adulto!
Este foi uma partilha de PaulaJ com participação especial de JN, BA e Guerreira Xue
Olá, Guerreira.
ResponderExcluirEscrever um texto coletivo é muito gostoso. "Vida de gato" é um conto bem interessante. Gostei. Vocês devem prosseguir escrevendo.
Adorei seu Blog, Guerreira. Você me disse que está trabalhando há pouco tempo como contadora de histórias - que maravilha! Como tem sido o seu trabalho? Já faz apresentações em espaços públicos? Você é de onde?
Fiquei curiosa.